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O que uma tragédia nos ensina

  • Foto do escritor: Linda Queiroz
    Linda Queiroz
  • 29 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 28 de nov. de 2024


Quando uma tragédia de grandes proporções acontece, podemos entender e, principalmente, aprender algumas coisas com ela.

 

Primeiro, entendemos que não há bem mais valioso que a vida.

Que não há roupas caras ou carro na garagem que não possam ser abandonados (e serão!) quando sua vida está prestes a ser arrastada pela força das águas.

 

Entendemos que o “estar vivo” é suficiente para compreender que somos suscetíveis a tudo. Tudo.

 

Também passamos a compreender que existe uma hierarquia de dores: quem perdeu todos seus móveis recém comprados por estarem submersos na lama sofre? Claro, sofre. Mas sua dor não é maior do que a de uma mãe que acabou de perder seu recém-nascido ou de um marido que acabou de perder seu grande amor. 

 

A dor por uma vida perdida está muito além, pois não há trabalho árduo que os traga de volta. Foram levados para nunca mais voltar.


E que nossos problemas, na verdade, ficam muito menores. Muito leves.

 

Entendemos que existe maldade, aproveitadores, golpistas, ladrões, abusadores… que o mal existe para roubar o pouco que sobra, para violar as mais indefesas, para desviar recursos destinados ao bem. Entendemos que existe o mal mesmo em um cenário de agonia. 

 

Porém, e felizmente, também observamos como podemos ser bons.

Que somos fortes, mesmo frágeis. Como podemos ser generosos mesmo tendo pouco para repartir.

 

Que somos capazes de unir forças e doar: dinheiro, tempo, trabalho. 

De doar braços que se unem para formar uma corrente humana, para carregar vítimas, para separar doações, para cozinhar refeições. São homens que se lançam nas águas, na lama, dia e noite, incansáveis, arriscando a própria vida pela de um desconhecido.

São braços que oferecem apoio, mãos que oferecem carinho.

 

Na tragédia aprendemos que temos tudo e nada. 

Que somos quebráveis, mas resistentes no caos.

Que uma hora tudo vai passar. Não há alegria nem dor que dure para sempre.

E novamente nos unimos para agir.

 

Para reconstruir.

 
 
 

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