Dos recomeços
- Linda Queiroz

- 29 de out. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 28 de nov. de 2024
Quantas vezes você teve que recomeçar?
Recomeçamos todo dia ao levantar da cama, com o despertar cedo do alarme, mesmo após uma noite mal dormida, para mais um dia naquele trabalho desgastante e que paga pouco. Recomeçamos por um dever.
Recomeçamos quando, mesmo após uma calorosa briga com alguém que amamos, decidimos deixar de lado o orgulho ferido pela derrota no embate para nos juntar à mesa e falar amenidades enquanto compartilhamos uma xícara de café.
Recomeçamos na segunda-feira, mesmo após um fim de semana onde furamos uma dieta que vinha sendo fielmente seguida. Não podemos desistir por dois dias de falha. Não podemos ignorar tudo o que fora construído antes!
O que foi construído não pode ser ignorado.
São pequenos recomeços.
No entanto, há grandes recomeços:
Recomeçamos após perder um animalzinho que compartilhou anos de sua vida conosco, ou quando uma amizade é desfeita, ou mesmo quando deixamos a casa na qual crescemos para criar novas histórias em nosso próprio lar, ou quando vivemos o luto por um familiar amado que se foi.
Recomeçamos quando um relacionamento chega ao fim. Junto com ele todas as histórias, imagens, risos e projetos para uma vida compartilhada. Tudo, aos poucos, vai sendo apagado, entrando num limbo até finalmente cair totalmente no esquecimento.
Na mesa, um novo (ou antigo) plano. Como num voo onde recalculamos a rota: conferimos quanto tempo levará para chegar até o novo (ou antigo) destino; quantos tripulantes, quantos passageiros, quanto combustível disponível e quem será o piloto.
Recalculamos. Conferimos. E partimos.
Para um novo voo, um novo destino.
Um novo recomeço.



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